Eficiência e Economia da Marcha
Compreender e otimizar o custo energético da caminhada
O que é a Eficiência da Marcha?
Eficiência da marcha (também chamada economia da marcha) refere-se ao custo energético de caminhar a uma determinada velocidade. Caminhantes mais eficientes utilizam menos energia—medida como consumo de oxigénio, calorias ou equivalentes metabólicos—para manter o mesmo ritmo.
Ao contrário da qualidade da marcha (simetria, variabilidade) ou velocidade da marcha, a eficiência está fundamentalmente relacionada com o gasto energético. Duas pessoas podem caminhar à mesma velocidade com biomecânica semelhante, mas uma pode necessitar significativamente mais energia devido a diferenças na aptidão física, técnica ou antropometria.
- Desempenho: Melhor economia = velocidades mais rápidas com menos fadiga
- Resistência: Menor custo energético = capacidade de caminhar distâncias mais longas
- Saúde: Eficiência melhorada indica melhor aptidão cardiovascular e musculoesquelética
- Gestão de peso: Paradoxalmente, eficiência muito elevada pode significar menor queima calórica
Custo de Transporte (CoT)
O Custo de Transporte é a medida padrão de ouro da eficiência locomotora, representando a energia necessária para mover uma unidade de massa corporal por uma unidade de distância.
Unidades e Cálculo
O CoT pode ser expresso em múltiplas unidades equivalentes:
1. Custo Metabólico de Transporte (J/kg/m ou kcal/kg/km):
CoT = Gasto Energético / (Massa Corporal × Distância)
Unidades: Joules por quilograma por metro (J/kg/m)
OU quilocalorias por quilograma por quilómetro (kcal/kg/km)
Conversão: 1 kcal/kg/km = 4,184 J/kg/m
2. Custo Líquido de Transporte (adimensional):
CoT Líquido = (VO₂ Bruto - VO₂ em Repouso) / Velocidade
Unidades: mL O₂/kg/m
Relação: 1 L O₂ ≈ 5 kcal ≈ 20,9 kJ
Valores Típicos de CoT na Caminhada
| Condição | CoT Líquido (J/kg/m) | CoT Líquido (kcal/kg/km) | Energia Bruta (kcal/km) para pessoa de 70 kg |
|---|---|---|---|
| Velocidade ótima de caminhada (~1,3 m/s) | 2,0-2,3 | 0,48-0,55 | 50-60 kcal/km |
| Caminhada lenta (0,8 m/s) | 2,5-3,0 | 0,60-0,72 | 60-75 kcal/km |
| Caminhada rápida (1,8 m/s) | 2,8-3,5 | 0,67-0,84 | 70-90 kcal/km |
| Caminhada muito rápida/atlética (2,2+ m/s) | 3,5-4,5 | 0,84-1,08 | 90-115 kcal/km |
| Corrida (2,5 m/s) | 3,8-4,2 | 0,91-1,00 | 95-110 kcal/km |
Perceção Principal: A caminhada tem uma relação custo-velocidade em forma de U—existe uma velocidade ótima (cerca de 1,3 m/s ou 4,7 km/h) onde o CoT é minimizado. Caminhar mais devagar ou mais rápido do que esta velocidade ótima aumenta o custo energético por quilómetro.
A Curva de Economia em Forma de U
A relação entre velocidade de caminhada e economia energética forma uma curva característica em forma de U:
- Demasiado lento (<1,0 m/s): Economia muscular deficiente, mecânica pendular ineficiente, tempo relativo de apoio aumentado
- Ótimo (1,2-1,4 m/s): Minimiza o custo energético através da mecânica eficiente do pêndulo invertido
- Demasiado rápido (>1,8 m/s): Ativação muscular aumentada, cadência mais elevada, aproximando-se dos limites biomecânicos da caminhada
- Muito rápido (>2,0 m/s): Caminhar torna-se menos económico do que correr; ponto de transição natural
O Modelo do Pêndulo Invertido da Caminhada
A caminhada é fundamentalmente diferente da corrida no seu mecanismo de economia de energia. A caminhada utiliza um modelo de pêndulo invertido onde a energia mecânica oscila entre energia cinética e energia potencial gravitacional.
Como Funciona o Pêndulo
-
Fase de Contacto:
- A perna atua como um pêndulo invertido rígido
- O corpo abobada sobre o pé plantado
- A energia cinética converte-se em energia potencial gravitacional (corpo eleva-se)
-
Pico do Arco:
- O corpo atinge a altura máxima
- A velocidade diminui temporariamente (energia cinética mínima)
- Energia potencial no máximo
-
Fase de Descida:
- O corpo desce e acelera para a frente
- A energia potencial converte-se de volta em energia cinética
- O pêndulo balança para a frente
Percentagem de Recuperação de Energia
A recuperação de energia mecânica quantifica quanta energia é trocada entre formas cinética e potencial em vez de ser gerada/absorvida pelos músculos:
| Velocidade de Caminhada | Recuperação de Energia (%) | Interpretação |
|---|---|---|
| Lenta (0,8 m/s) | ~50% | Mecânica pendular deficiente |
| Ótima (1,3 m/s) | ~65-70% | Eficiência pendular máxima |
| Rápida (1,8 m/s) | ~55% | Função pendular em declínio |
| Corrida (qualquer velocidade) | ~5-10% | Sistema massa-mola, não pêndulo |
Por que a Recuperação Diminui em Alta Velocidade: À medida que a velocidade de caminhada aumenta além de ~1,8 m/s, o pêndulo invertido torna-se mecanicamente instável. O corpo transita naturalmente para a corrida, que utiliza armazenamento de energia elástica (sistema massa-mola) em vez de troca pendular.
Número de Froude e Velocidade Adimensional
O número de Froude é um parâmetro adimensional que normaliza a velocidade de caminhada relativamente ao comprimento da perna e gravidade, permitindo comparação justa entre indivíduos de diferentes alturas.
Fórmula e Interpretação
Número de Froude (Fr) = v² / (g × L) Onde: v = velocidade de caminhada (m/s) g = aceleração da gravidade (9,81 m/s²) L = comprimento da perna (m, aproximadamente 0,53 × altura) Exemplo: Altura: 1,75 m Comprimento da perna: 0,53 × 1,75 = 0,93 m Velocidade de caminhada: 1,3 m/s Fr = (1,3)² / (9,81 × 0,93) = 1,69 / 9,12 = 0,185 Limiares Críticos: Fr < 0,15: Caminhada lenta Fr 0,15-0,30: Caminhada confortável normal Fr 0,30-0,50: Caminhada rápida Fr > 0,50: Transição caminhada-corrida (caminhada instável)
Aplicações na Investigação: O número de Froude explica por que indivíduos mais altos caminham naturalmente mais rápido—para alcançar a mesma velocidade adimensional (e assim economia ótima), pernas mais longas requerem velocidades absolutas mais elevadas. Crianças com pernas mais curtas têm velocidades confortáveis de caminhada proporcionalmente mais lentas.
Fatores que Afetam a Eficiência da Caminhada
1. Fatores Antropométricos
Comprimento da Perna:
- Pernas mais longas → passada ótima mais longa → cadência mais baixa à mesma velocidade
- Indivíduos mais altos têm economia 5-10% melhor na sua velocidade preferida
- O número de Froude normaliza este efeito
Massa Corporal:
- Indivíduos mais pesados têm gasto energético absoluto mais elevado (kcal/km)
- Mas o CoT normalizado por massa (kcal/kg/km) pode ser semelhante se o rácio de massa magra for bom
- Cada 10 kg de peso excedente aumenta o custo energético em ~7-10%
Composição Corporal:
- Maior rácio músculo-gordura melhora a economia (músculo é tecido metabolicamente eficiente)
- Adiposidade excessiva aumenta o trabalho mecânico sem benefício funcional
- Adiposidade central afeta a postura e mecânica da marcha
2. Fatores Biomecânicos
Otimização do Comprimento da Passada e Cadência:
| Estratégia | Efeito no CoT | Explicação |
|---|---|---|
| Cadência preferida | Ótima | Cadência auto-selecionada minimiza o custo energético |
| Alteração de ±10% na cadência | +3-5% CoT | Desvio forçado do ótimo aumenta o custo |
| Alteração de ±20% na cadência | +8-12% CoT | Substancialmente menos económico |
| Passada excessiva | +5-15% CoT | Forças de travagem, trabalho muscular aumentado |
Oscilação Vertical:
- Deslocamento vertical excessivo (>8-10 cm) desperdiça energia em movimento não-frontal
- Cada centímetro extra de oscilação aumenta o CoT em ~0,5-1%
- Marchadores atléticos minimizam a oscilação para 3-5 cm através de mobilidade da anca e técnica
Balanço dos Braços:
- Balanço natural dos braços reduz o custo metabólico em 10-12% (Collins et al., 2009)
- Os braços contrabalançam o movimento das pernas, minimizando a energia de rotação do tronco
- Restringir os braços (p.ex., carregar sacos pesados) aumenta substancialmente o custo energético
3. Fatores Fisiológicos
Aptidão Aeróbica (VO₂máx):
- VO₂máx mais elevado correlaciona-se com economia da caminhada ~15-20% melhor
- Caminhantes treinados têm FC e VO₂ sub-máximos mais baixos ao mesmo ritmo
- Densidade mitocondrial e capacidade enzimática oxidativa melhoram com treino de resistência
Força e Potência Muscular:
- Extensores da anca mais fortes (glúteos) e flexores plantares do tornozelo (gémeos) melhoram a eficiência de propulsão
- 8-12 semanas de treino de resistência podem melhorar a economia da caminhada em 5-10%
- Particularmente importante para adultos mais velhos que experienciam sarcopenia
Coordenação Neuromuscular:
- Padrões eficientes de recrutamento de unidades motoras reduzem co-contração desnecessária
- Padrões de movimento praticados tornam-se mais automáticos, reduzindo o esforço cortical
- Propriocepção melhorada permite controlo mais fino da postura e equilíbrio
4. Fatores Ambientais e Externos
Gradiente (Subida/Descida):
| Gradiente | Efeito no CoT | Multiplicador de Custo Energético |
|---|---|---|
| Plano (0%) | Linha de base | 1,0× |
| +5% subida | +45-50% aumento | 1,45-1,50× |
| +10% subida | +90-100% aumento | 1,90-2,00× |
| +15% subida | +140-160% aumento | 2,40-2,60× |
| -5% descida | -20 a -10% (poupança modesta) | 0,80-0,90× |
| -10% descida | -15 a -5% (poupança decrescente) | 0,85-0,95× |
| -15% descida | +0 a +10% (custo excêntrico) | 1,00-1,10× |
Por que a Descida Não é "Gratuita": Descidas íngremes requerem contração muscular excêntrica para controlar a descida, o que é metabolicamente dispendioso e causa dano muscular. Além de -10%, caminhar em descida pode na verdade custar mais energia do que caminhar em plano devido a forças de travagem.
Transporte de Carga (Mochila, Colete com Peso):
Aumento do Custo Energético ≈ 1% por 1 kg de carga Exemplo: pessoa de 70 kg com mochila de 10 kg CoT base: 0,50 kcal/kg/km CoT com carga: 0,50 × (1 + 0,10) = 0,55 kcal/kg/km Aumento: +10% custo energético A Distribuição da Carga é Importante: - Pochete na anca: Penalização mínima (~8% para 10 kg) - Mochila (bem ajustada): Penalização moderada (~10% para 10 kg) - Mochila mal ajustada: Penalização elevada (~15-20% para 10 kg) - Pesos nos tornozelos: Penalização severa (~5-6% por 1 kg nos tornozelos!)
Terreno e Superfície:
- Asfalto/betão: Linha de base (mais firme, CoT mais baixo)
- Relva: +3-5% CoT devido a complacência e fricção
- Trilho (terra/gravilha): +5-10% CoT devido a irregularidade
- Areia: +20-50% CoT (areia macia especialmente dispendiosa)
- Neve: +15-40% CoT dependendo da profundidade e dureza
Caminhada vs Corrida: Cruzamento de Economia
Uma questão crítica na ciência da locomoção: Quando é que correr se torna mais económico do que caminhar?
A Velocidade de Cruzamento
| Velocidade (m/s) | Velocidade (km/h) | CoT Caminhada (kcal/kg/km) | CoT Corrida (kcal/kg/km) | Mais Económico |
|---|---|---|---|---|
| 1,3 | 4,7 | 0,48 | N/A (muito lento para correr) | Caminhar |
| 1,8 | 6,5 | 0,67 | 0,95 | Caminhar |
| 2,0 | 7,2 | 0,80 | 0,95 | Caminhar |
| 2,2 | 7,9 | 0,95 | 0,95 | Igual (ponto de cruzamento) |
| 2,5 | 9,0 | 1,15+ | 0,96 | Correr |
| 3,0 | 10,8 | Muito elevado | 0,97 | Correr |
Perceções Principais:
- Velocidade de transição caminhada-corrida: ~2,0-2,2 m/s (7-8 km/h) para a maioria das pessoas
- O CoT da caminhada aumenta exponencialmente acima de 1,8 m/s
- O CoT da corrida permanece relativamente estável entre velocidades (ligeiro aumento)
- Os humanos transitam espontaneamente perto do ponto de cruzamento económico
Métricas Práticas de Eficiência
1. Pontuação WALK (Proprietária)
Inspirada no SWOLF (eficiência de natação), a Pontuação WALK combina tempo e passos para uma distância padronizada:
Pontuação WALK = Tempo (segundos) + Passos por 100 metros Exemplo: 100 metros caminhados em 75 segundos com 130 passos Pontuação WALK = 75 + 130 = 205 Pontuações mais baixas = melhor eficiência Referências: >250: Lento/ineficiente 200-250: Caminhante casual 170-200: Caminhante fitness 150-170: Caminhante avançado <150: Marchador atlético de elite
Por que a Pontuação WALK Funciona: Integra tanto a velocidade (tempo) como a eficiência da passada (passos), capturando a qualidade geral da marcha. As melhorias podem vir de caminhar mais rápido, dar menos passos, ou ambos.
2. Índice de Eficiência da Caminhada (WEI)
WEI = (Velocidade em m/s / Frequência Cardíaca em bpm) × 1000 Exemplo: Velocidade: 1,4 m/s (5,0 km/h) Frequência Cardíaca: 110 bpm WEI = (1,4 / 110) × 1000 = 12,7 Referências: <8: Eficiência abaixo da média 8-12: Economia média da caminhada 12-16: Boa eficiência 16-20: Muito boa eficiência >20: Excelente eficiência (aptidão de elite)
Limitações: O WEI requer monitor de frequência cardíaca e é afetado por fatores além da eficiência (calor, stress, cafeína, doença). Melhor usado como métrica de acompanhamento longitudinal no mesmo percurso/condições.
3. Custo de Transporte Estimado a partir da Velocidade e FC
Para quem não tem equipamento de medição metabólica:
CoT Líquido Aproximado (kcal/kg/km) a partir da FC: 1. Estimar VO₂ a partir da FC: VO₂ (mL/kg/min) ≈ 0,4 × (FC - FCrepouso) × (VO₂máx / (FCmáx - FCrepouso)) 2. Converter para energia: Energia (kcal/min) = VO₂ (L/min) × 5 kcal/L × Peso Corporal (kg) 3. Calcular CoT: CoT = Energia (kcal/min) / [Velocidade (km/h) / 60] / Peso Corporal (kg) Aproximação Mais Simples: Para caminhar 4-6 km/h em intensidade moderada: CoT Líquido ≈ 0,50-0,65 kcal/kg/km (intervalo típico para a maioria das pessoas)
4. Custo de Oxigénio por Quilómetro
Para quem tem acesso a medição de VO₂:
Custo VO₂ por km = VO₂ Líquido (mL/kg/min) / Velocidade (km/h) × 60 Exemplo: Caminhar a 5 km/h VO₂ Líquido = 12 mL/kg/min Custo VO₂ = 12 / 5 × 60 = 144 mL O₂/kg/km Referências (para velocidade moderada ~5 km/h): >180 mL/kg/km: Economia deficiente 150-180: Abaixo da média 130-150: Média 110-130: Boa economia <110: Excelente economia
Treinar para Melhorar a Eficiência da Caminhada
1. Otimizar a Mecânica da Passada
Encontrar a Sua Cadência Ótima:
- Caminhe à velocidade-alvo com metrónomo definido para diferentes cadências (95, 100, 105, 110, 115 ppm)
- Registe a frequência cardíaca ou esforço percebido para cada sessão de 5 minutos
- FC ou RPE mais baixa = sua cadência ótima naquela velocidade
- Geralmente, a cadência ótima está dentro de ±5% da cadência preferida
Reduzir Passada Excessiva:
- Indicação: "Aterrar com o pé sob a anca"
- Aumentar a cadência em 5-10% para encurtar naturalmente a passada
- Focar na rotação rápida do pé em vez de alcançar para a frente
- Análise em vídeo pode identificar impacto excessivo do calcanhar à frente do corpo
Minimizar Oscilação Vertical:
- Caminhe junto a uma referência horizontal (vedação, marcas na parede) para verificar ressalto
- Indicação: "Deslizar para a frente, não saltar para cima"
- Fortalecer extensores da anca para manter extensão da anca durante o apoio
- Melhorar mobilidade do tornozelo para transição calcanhar-ponta mais suave
2. Construir Base Aeróbica
Treino Zona 2 (100-110 ppm):
- 60-80% do volume semanal de caminhada em ritmo fácil e conversacional
- Melhora a densidade mitocondrial e capacidade de oxidação de gordura
- Aumenta a eficiência cardiovascular (FC mais baixa ao mesmo ritmo)
- 12-16 semanas de treino consistente em Zona 2 melhora a economia em 10-15%
Caminhadas Longas (90-120 minutos):
- Constroem resistência muscular específica para a caminhada
- Melhoram metabolismo de gordura e poupança de glicogénio
- Treinam sistema neuromuscular para movimento repetitivo sustentado
- Uma caminhada longa semanal em ritmo fácil
3. Treino Intervalado para Economia
Intervalos de Caminhada Rápida:
- 5-8 × 3-5 minutos a 115-125 ppm com 2-3 min de recuperação
- Melhora o limiar de lactato e capacidade de sustentar velocidades mais altas
- Aumenta a potência e coordenação muscular em cadências mais rápidas
- 1-2× por semana com recuperação adequada
Repetições em Subida:
- 6-10 × 1-2 minutos em subida (gradiente 5-8%) em esforço vigoroso
- Constrói força dos extensores da anca e flexores plantares
- Melhora a economia através de potência de propulsão aumentada
- Caminhar ou trotar para baixo para recuperação
4. Treino de Força e Mobilidade
Exercícios-Chave para Economia da Caminhada:
-
Força de Extensão da Anca (Glúteos):
- Peso-morto romeno a uma perna
- Elevações da anca
- Step-ups
- 2-3× por semana, 3 séries de 8-12 repetições
-
Força dos Flexores Plantares (Gémeos):
- Elevações de gémeos a uma perna
- Descidas excêntricas de gémeos
- 3 séries de 15-20 repetições por perna
-
Estabilidade do Core:
- Pranchas (frontal e lateral)
- Dead bugs
- Prensa Pallof
- 3 séries de 30-60 segundos
-
Mobilidade da Anca:
- Alongamentos dos flexores da anca (melhoram comprimento da passada)
- Exercícios de rotação da anca (reduzem oscilação)
- Diariamente 10-15 minutos
5. Exercícios de Técnica
Exercícios de Balanço dos Braços:
- 5 minutos caminhando com balanço exagerado dos braços (cotovelos 90°, mãos à altura do peito)
- Praticar manter braços paralelos ao corpo, não cruzando a linha média
- Focar em impulsionar cotovelos para trás em vez de balançar mãos para a frente
Prática de Cadência Alta:
- 3 × 5 minutos a 130-140 ppm (usar metrónomo)
- Ensina o sistema neuromuscular a lidar com rotação rápida
- Melhora coordenação e reduz tendência para passada excessiva
Intervalos de Foco na Forma:
- 10 × 1 minuto focando num elemento único: postura, impacto do pé, cadência, balanço de braços, etc.
- Isola componentes técnicos para prática deliberada
- Constrói consciência cinestésica
6. Gestão de Peso
Para quem transporta peso excedente:
- Cada 5 kg de perda de peso reduz o custo energético em ~3-5%
- A perda de peso melhora a economia mesmo sem ganhos de aptidão física
- Combinar treino de caminhada com défice calórico e ingestão de proteína
- Perda de peso gradual (0,5-1 kg/semana) preserva massa magra
Acompanhar Melhorias de Eficiência
Protocolo de Teste de Eficiência Padrão
Avaliação Mensal:
- Padronizar condições: Mesma hora do dia, mesmo percurso, clima semelhante, em jejum ou mesma programação de refeições
- Aquecimento: 10 minutos de caminhada fácil
- Teste: 20-30 minutos em ritmo padrão (p.ex., 5,0 km/h ou 120 ppm)
- Registar: Frequência cardíaca média, esforço percebido (RPE 1-10), Pontuação WALK
- Calcular WEI: (Velocidade / FC) × 1000
- Acompanhar tendências: Eficiência melhorada mostra-se como FC mais baixa, RPE mais baixo, ou velocidade mais alta ao mesmo esforço
Adaptações de Eficiência a Longo Prazo
Melhorias esperadas com treino consistente (12-24 semanas):
- Frequência cardíaca em ritmo padrão: -5 a -15 bpm
- Economia da caminhada: +8-15% de melhoria (VO₂ mais baixo à mesma velocidade)
- Pontuação WEI: +15-25% aumento
- Pontuação WALK: -10 a -20 pontos (mais rápido e/ou menos passos)
- Velocidade sustentável de caminhada: +0,1-0,3 m/s ao mesmo esforço percebido
Acompanhamento Assistido por Tecnologia
Walk Analytics acompanha automaticamente:
- Pontuação WALK para cada segmento de 100m
- Índice de Eficiência da Caminhada (WEI) para cada treino
- Análise de tendências de economia ao longo de semanas e meses
- Sugestões de otimização de cadência
- Referências de eficiência relativas ao seu histórico e normas populacionais
Resumo: Princípios-Chave da Eficiência
- Velocidade Ótima: Caminhar a ~1,3 m/s (4,7 km/h) para Custo de Transporte mínimo
- Cadência Natural: Confie na sua cadência auto-selecionada; desvios forçados aumentam o custo em 3-12%
- Pêndulo Invertido: Maximizar recuperação de energia (65-70%) através de biomecânica adequada
- Movimento Desperdiçado Mínimo: Reduzir oscilação vertical, evitar passada excessiva, manter balanço natural dos braços
- Construir Capacidade: Melhorar economia a longo prazo através de treino aeróbico, trabalho de força e refinamento de técnica
Lembre-se:
- A eficiência é mais importante ao caminhar longas distâncias ou em intensidades elevadas sustentadas
- Para saúde e perda de peso, eficiência mais baixa pode significar mais calorias queimadas (uma funcionalidade, não um erro!)
- Foque-se em mecânica sustentável e natural em vez de forçar técnica "perfeita"
- Consistência no treino supera a otimização de qualquer fator único de eficiência
Referências Científicas
Este guia sintetiza investigação de biomecânica, fisiologia do exercício e locomoção comparada:
- Ralston HJ. (1958). "Energy-speed relation and optimal speed during level walking." Internationale Zeitschrift für angewandte Physiologie 17:277-283. [Curva de economia em forma de U]
- Zarrugh MY, et al. (1974). "Optimization of energy expenditure during level walking." European Journal of Applied Physiology 33:293-306. [Velocidade preferida = economia ótima]
- Cavagna GA, Kaneko M. (1977). "Mechanical work and efficiency in level walking and running." Journal of Physiology 268:467-481. [Modelo de pêndulo invertido, recuperação de energia]
- Alexander RM. (1989). "Optimization and gaits in the locomotion of vertebrates." Physiological Reviews 69:1199-1227. [Número de Froude, transição caminhada-corrida]
- Margaria R, et al. (1963). "Energy cost of running." Journal of Applied Physiology 18:367-370. [Cruzamento de economia caminhada vs corrida]
- Holt KG, et al. (1991). "Energetic cost and stability during human walking at the preferred stride frequency." Journal of Motor Behavior 23:474-485. [Cadência auto-selecionada otimiza economia]
- Collins SH, et al. (2009). "The advantage of a rolling foot in human walking." Journal of Experimental Biology 212:2555-2559. [Economia do balanço dos braços]
- Hreljac A. (1993). "Preferred and energetically optimal gait transition speeds in human locomotion." Medicine & Science in Sports & Exercise 25:1158-1162. [Determinantes da transição caminhada-corrida]
- Pandolf KB, et al. (1977). "Predicting energy expenditure with loads while standing or walking very slowly." Journal of Applied Physiology 43:577-581. [Efeitos do transporte de carga]
- Minetti AE, et al. (2002). "Energy cost of walking and running at extreme uphill and downhill slopes." Journal of Applied Physiology 93:1039-1046. [Efeitos do gradiente no CoT]
Para mais investigação:
- Bibliografia Científica Completa
- Investigação Mais Recente sobre Caminhada
- Equações de Economia da Caminhada