Eficiência e Economia da Marcha

Compreender e otimizar o custo energético da caminhada

O que é a Eficiência da Marcha?

Eficiência da marcha (também chamada economia da marcha) refere-se ao custo energético de caminhar a uma determinada velocidade. Caminhantes mais eficientes utilizam menos energia—medida como consumo de oxigénio, calorias ou equivalentes metabólicos—para manter o mesmo ritmo.

Ao contrário da qualidade da marcha (simetria, variabilidade) ou velocidade da marcha, a eficiência está fundamentalmente relacionada com o gasto energético. Duas pessoas podem caminhar à mesma velocidade com biomecânica semelhante, mas uma pode necessitar significativamente mais energia devido a diferenças na aptidão física, técnica ou antropometria.

Por que a Eficiência é Importante:
  • Desempenho: Melhor economia = velocidades mais rápidas com menos fadiga
  • Resistência: Menor custo energético = capacidade de caminhar distâncias mais longas
  • Saúde: Eficiência melhorada indica melhor aptidão cardiovascular e musculoesquelética
  • Gestão de peso: Paradoxalmente, eficiência muito elevada pode significar menor queima calórica

Custo de Transporte (CoT)

O Custo de Transporte é a medida padrão de ouro da eficiência locomotora, representando a energia necessária para mover uma unidade de massa corporal por uma unidade de distância.

Unidades e Cálculo

O CoT pode ser expresso em múltiplas unidades equivalentes:

1. Custo Metabólico de Transporte (J/kg/m ou kcal/kg/km):

CoT = Gasto Energético / (Massa Corporal × Distância)

Unidades: Joules por quilograma por metro (J/kg/m)
       OU quilocalorias por quilograma por quilómetro (kcal/kg/km)

Conversão: 1 kcal/kg/km = 4,184 J/kg/m


2. Custo Líquido de Transporte (adimensional):

CoT Líquido = (VO₂ Bruto - VO₂ em Repouso) / Velocidade

Unidades: mL O₂/kg/m

Relação: 1 L O₂ ≈ 5 kcal ≈ 20,9 kJ

Valores Típicos de CoT na Caminhada

Condição CoT Líquido (J/kg/m) CoT Líquido (kcal/kg/km) Energia Bruta (kcal/km) para pessoa de 70 kg
Velocidade ótima de caminhada (~1,3 m/s) 2,0-2,3 0,48-0,55 50-60 kcal/km
Caminhada lenta (0,8 m/s) 2,5-3,0 0,60-0,72 60-75 kcal/km
Caminhada rápida (1,8 m/s) 2,8-3,5 0,67-0,84 70-90 kcal/km
Caminhada muito rápida/atlética (2,2+ m/s) 3,5-4,5 0,84-1,08 90-115 kcal/km
Corrida (2,5 m/s) 3,8-4,2 0,91-1,00 95-110 kcal/km

Perceção Principal: A caminhada tem uma relação custo-velocidade em forma de U—existe uma velocidade ótima (cerca de 1,3 m/s ou 4,7 km/h) onde o CoT é minimizado. Caminhar mais devagar ou mais rápido do que esta velocidade ótima aumenta o custo energético por quilómetro.

A Curva de Economia em Forma de U

A relação entre velocidade de caminhada e economia energética forma uma curva característica em forma de U:

  • Demasiado lento (<1,0 m/s): Economia muscular deficiente, mecânica pendular ineficiente, tempo relativo de apoio aumentado
  • Ótimo (1,2-1,4 m/s): Minimiza o custo energético através da mecânica eficiente do pêndulo invertido
  • Demasiado rápido (>1,8 m/s): Ativação muscular aumentada, cadência mais elevada, aproximando-se dos limites biomecânicos da caminhada
  • Muito rápido (>2,0 m/s): Caminhar torna-se menos económico do que correr; ponto de transição natural
Descoberta Científica: A velocidade de caminhada preferida dos humanos (~1,3 m/s) corresponde aproximadamente à velocidade de custo energético mínimo, sugerindo que a seleção natural otimizou a eficiência da caminhada (Ralston, 1958; Zarrugh et al., 1974).

O Modelo do Pêndulo Invertido da Caminhada

A caminhada é fundamentalmente diferente da corrida no seu mecanismo de economia de energia. A caminhada utiliza um modelo de pêndulo invertido onde a energia mecânica oscila entre energia cinética e energia potencial gravitacional.

Como Funciona o Pêndulo

  1. Fase de Contacto:
    • A perna atua como um pêndulo invertido rígido
    • O corpo abobada sobre o pé plantado
    • A energia cinética converte-se em energia potencial gravitacional (corpo eleva-se)
  2. Pico do Arco:
    • O corpo atinge a altura máxima
    • A velocidade diminui temporariamente (energia cinética mínima)
    • Energia potencial no máximo
  3. Fase de Descida:
    • O corpo desce e acelera para a frente
    • A energia potencial converte-se de volta em energia cinética
    • O pêndulo balança para a frente

Percentagem de Recuperação de Energia

A recuperação de energia mecânica quantifica quanta energia é trocada entre formas cinética e potencial em vez de ser gerada/absorvida pelos músculos:

Velocidade de Caminhada Recuperação de Energia (%) Interpretação
Lenta (0,8 m/s) ~50% Mecânica pendular deficiente
Ótima (1,3 m/s) ~65-70% Eficiência pendular máxima
Rápida (1,8 m/s) ~55% Função pendular em declínio
Corrida (qualquer velocidade) ~5-10% Sistema massa-mola, não pêndulo

Por que a Recuperação Diminui em Alta Velocidade: À medida que a velocidade de caminhada aumenta além de ~1,8 m/s, o pêndulo invertido torna-se mecanicamente instável. O corpo transita naturalmente para a corrida, que utiliza armazenamento de energia elástica (sistema massa-mola) em vez de troca pendular.

Número de Froude e Velocidade Adimensional

O número de Froude é um parâmetro adimensional que normaliza a velocidade de caminhada relativamente ao comprimento da perna e gravidade, permitindo comparação justa entre indivíduos de diferentes alturas.

Fórmula e Interpretação

Número de Froude (Fr) = v² / (g × L)

Onde:
  v = velocidade de caminhada (m/s)
  g = aceleração da gravidade (9,81 m/s²)
  L = comprimento da perna (m, aproximadamente 0,53 × altura)

Exemplo:
  Altura: 1,75 m
  Comprimento da perna: 0,53 × 1,75 = 0,93 m
  Velocidade de caminhada: 1,3 m/s
  Fr = (1,3)² / (9,81 × 0,93) = 1,69 / 9,12 = 0,185

Limiares Críticos:
  Fr < 0,15: Caminhada lenta
  Fr 0,15-0,30: Caminhada confortável normal
  Fr 0,30-0,50: Caminhada rápida
  Fr > 0,50: Transição caminhada-corrida (caminhada instável)

Aplicações na Investigação: O número de Froude explica por que indivíduos mais altos caminham naturalmente mais rápido—para alcançar a mesma velocidade adimensional (e assim economia ótima), pernas mais longas requerem velocidades absolutas mais elevadas. Crianças com pernas mais curtas têm velocidades confortáveis de caminhada proporcionalmente mais lentas.

Transição Caminhada-Corrida: Em todas as espécies e tamanhos, a transição caminhada-corrida ocorre em Fr ≈ 0,5. Este limiar universal representa o ponto onde a mecânica do pêndulo invertido se torna mecanicamente instável (Alexander, 1989).

Fatores que Afetam a Eficiência da Caminhada

1. Fatores Antropométricos

Comprimento da Perna:

  • Pernas mais longas → passada ótima mais longa → cadência mais baixa à mesma velocidade
  • Indivíduos mais altos têm economia 5-10% melhor na sua velocidade preferida
  • O número de Froude normaliza este efeito

Massa Corporal:

  • Indivíduos mais pesados têm gasto energético absoluto mais elevado (kcal/km)
  • Mas o CoT normalizado por massa (kcal/kg/km) pode ser semelhante se o rácio de massa magra for bom
  • Cada 10 kg de peso excedente aumenta o custo energético em ~7-10%

Composição Corporal:

  • Maior rácio músculo-gordura melhora a economia (músculo é tecido metabolicamente eficiente)
  • Adiposidade excessiva aumenta o trabalho mecânico sem benefício funcional
  • Adiposidade central afeta a postura e mecânica da marcha

2. Fatores Biomecânicos

Otimização do Comprimento da Passada e Cadência:

Estratégia Efeito no CoT Explicação
Cadência preferida Ótima Cadência auto-selecionada minimiza o custo energético
Alteração de ±10% na cadência +3-5% CoT Desvio forçado do ótimo aumenta o custo
Alteração de ±20% na cadência +8-12% CoT Substancialmente menos económico
Passada excessiva +5-15% CoT Forças de travagem, trabalho muscular aumentado
Descoberta Científica: Os humanos selecionam naturalmente uma cadência que minimiza o custo metabólico a qualquer velocidade (Holt et al., 1991). Forçar desvios de ±10-20% da cadência preferida aumenta o gasto energético em 3-12%.

Oscilação Vertical:

  • Deslocamento vertical excessivo (>8-10 cm) desperdiça energia em movimento não-frontal
  • Cada centímetro extra de oscilação aumenta o CoT em ~0,5-1%
  • Marchadores atléticos minimizam a oscilação para 3-5 cm através de mobilidade da anca e técnica

Balanço dos Braços:

  • Balanço natural dos braços reduz o custo metabólico em 10-12% (Collins et al., 2009)
  • Os braços contrabalançam o movimento das pernas, minimizando a energia de rotação do tronco
  • Restringir os braços (p.ex., carregar sacos pesados) aumenta substancialmente o custo energético

3. Fatores Fisiológicos

Aptidão Aeróbica (VO₂máx):

  • VO₂máx mais elevado correlaciona-se com economia da caminhada ~15-20% melhor
  • Caminhantes treinados têm FC e VO₂ sub-máximos mais baixos ao mesmo ritmo
  • Densidade mitocondrial e capacidade enzimática oxidativa melhoram com treino de resistência

Força e Potência Muscular:

  • Extensores da anca mais fortes (glúteos) e flexores plantares do tornozelo (gémeos) melhoram a eficiência de propulsão
  • 8-12 semanas de treino de resistência podem melhorar a economia da caminhada em 5-10%
  • Particularmente importante para adultos mais velhos que experienciam sarcopenia

Coordenação Neuromuscular:

  • Padrões eficientes de recrutamento de unidades motoras reduzem co-contração desnecessária
  • Padrões de movimento praticados tornam-se mais automáticos, reduzindo o esforço cortical
  • Propriocepção melhorada permite controlo mais fino da postura e equilíbrio

4. Fatores Ambientais e Externos

Gradiente (Subida/Descida):

Gradiente Efeito no CoT Multiplicador de Custo Energético
Plano (0%) Linha de base 1,0×
+5% subida +45-50% aumento 1,45-1,50×
+10% subida +90-100% aumento 1,90-2,00×
+15% subida +140-160% aumento 2,40-2,60×
-5% descida -20 a -10% (poupança modesta) 0,80-0,90×
-10% descida -15 a -5% (poupança decrescente) 0,85-0,95×
-15% descida +0 a +10% (custo excêntrico) 1,00-1,10×

Por que a Descida Não é "Gratuita": Descidas íngremes requerem contração muscular excêntrica para controlar a descida, o que é metabolicamente dispendioso e causa dano muscular. Além de -10%, caminhar em descida pode na verdade custar mais energia do que caminhar em plano devido a forças de travagem.

Transporte de Carga (Mochila, Colete com Peso):

Aumento do Custo Energético ≈ 1% por 1 kg de carga

Exemplo: pessoa de 70 kg com mochila de 10 kg
  CoT base: 0,50 kcal/kg/km
  CoT com carga: 0,50 × (1 + 0,10) = 0,55 kcal/kg/km
  Aumento: +10% custo energético

A Distribuição da Carga é Importante:
  - Pochete na anca: Penalização mínima (~8% para 10 kg)
  - Mochila (bem ajustada): Penalização moderada (~10% para 10 kg)
  - Mochila mal ajustada: Penalização elevada (~15-20% para 10 kg)
  - Pesos nos tornozelos: Penalização severa (~5-6% por 1 kg nos tornozelos!)

Terreno e Superfície:

  • Asfalto/betão: Linha de base (mais firme, CoT mais baixo)
  • Relva: +3-5% CoT devido a complacência e fricção
  • Trilho (terra/gravilha): +5-10% CoT devido a irregularidade
  • Areia: +20-50% CoT (areia macia especialmente dispendiosa)
  • Neve: +15-40% CoT dependendo da profundidade e dureza

Caminhada vs Corrida: Cruzamento de Economia

Uma questão crítica na ciência da locomoção: Quando é que correr se torna mais económico do que caminhar?

A Velocidade de Cruzamento

Velocidade (m/s) Velocidade (km/h) CoT Caminhada (kcal/kg/km) CoT Corrida (kcal/kg/km) Mais Económico
1,3 4,7 0,48 N/A (muito lento para correr) Caminhar
1,8 6,5 0,67 0,95 Caminhar
2,0 7,2 0,80 0,95 Caminhar
2,2 7,9 0,95 0,95 Igual (ponto de cruzamento)
2,5 9,0 1,15+ 0,96 Correr
3,0 10,8 Muito elevado 0,97 Correr

Perceções Principais:

  • Velocidade de transição caminhada-corrida: ~2,0-2,2 m/s (7-8 km/h) para a maioria das pessoas
  • O CoT da caminhada aumenta exponencialmente acima de 1,8 m/s
  • O CoT da corrida permanece relativamente estável entre velocidades (ligeiro aumento)
  • Os humanos transitam espontaneamente perto do ponto de cruzamento económico
Descoberta Científica: A velocidade de transição preferida caminhada-corrida (~2,0 m/s) ocorre aproximadamente à mesma velocidade onde correr se torna mais económico do que caminhar, apoiando a otimização metabólica como determinante-chave da seleção da marcha (Margaria et al., 1963; Hreljac, 1993).

Métricas Práticas de Eficiência

1. Pontuação WALK (Proprietária)

Inspirada no SWOLF (eficiência de natação), a Pontuação WALK combina tempo e passos para uma distância padronizada:

Pontuação WALK = Tempo (segundos) + Passos por 100 metros

Exemplo:
  100 metros caminhados em 75 segundos com 130 passos
  Pontuação WALK = 75 + 130 = 205

Pontuações mais baixas = melhor eficiência

Referências:
  >250: Lento/ineficiente
  200-250: Caminhante casual
  170-200: Caminhante fitness
  150-170: Caminhante avançado
  <150: Marchador atlético de elite

Por que a Pontuação WALK Funciona: Integra tanto a velocidade (tempo) como a eficiência da passada (passos), capturando a qualidade geral da marcha. As melhorias podem vir de caminhar mais rápido, dar menos passos, ou ambos.

2. Índice de Eficiência da Caminhada (WEI)

WEI = (Velocidade em m/s / Frequência Cardíaca em bpm) × 1000

Exemplo:
  Velocidade: 1,4 m/s (5,0 km/h)
  Frequência Cardíaca: 110 bpm
  WEI = (1,4 / 110) × 1000 = 12,7

Referências:
  <8: Eficiência abaixo da média
  8-12: Economia média da caminhada
  12-16: Boa eficiência
  16-20: Muito boa eficiência
  >20: Excelente eficiência (aptidão de elite)

Limitações: O WEI requer monitor de frequência cardíaca e é afetado por fatores além da eficiência (calor, stress, cafeína, doença). Melhor usado como métrica de acompanhamento longitudinal no mesmo percurso/condições.

3. Custo de Transporte Estimado a partir da Velocidade e FC

Para quem não tem equipamento de medição metabólica:

CoT Líquido Aproximado (kcal/kg/km) a partir da FC:

1. Estimar VO₂ a partir da FC:
   VO₂ (mL/kg/min) ≈ 0,4 × (FC - FCrepouso) × (VO₂máx / (FCmáx - FCrepouso))

2. Converter para energia:
   Energia (kcal/min) = VO₂ (L/min) × 5 kcal/L × Peso Corporal (kg)

3. Calcular CoT:
   CoT = Energia (kcal/min) / [Velocidade (km/h) / 60] / Peso Corporal (kg)

Aproximação Mais Simples:
   Para caminhar 4-6 km/h em intensidade moderada:
   CoT Líquido ≈ 0,50-0,65 kcal/kg/km (intervalo típico para a maioria das pessoas)

4. Custo de Oxigénio por Quilómetro

Para quem tem acesso a medição de VO₂:

Custo VO₂ por km = VO₂ Líquido (mL/kg/min) / Velocidade (km/h) × 60

Exemplo:
  Caminhar a 5 km/h
  VO₂ Líquido = 12 mL/kg/min
  Custo VO₂ = 12 / 5 × 60 = 144 mL O₂/kg/km

Referências (para velocidade moderada ~5 km/h):
  >180 mL/kg/km: Economia deficiente
  150-180: Abaixo da média
  130-150: Média
  110-130: Boa economia
  <110: Excelente economia

Treinar para Melhorar a Eficiência da Caminhada

1. Otimizar a Mecânica da Passada

Encontrar a Sua Cadência Ótima:

  • Caminhe à velocidade-alvo com metrónomo definido para diferentes cadências (95, 100, 105, 110, 115 ppm)
  • Registe a frequência cardíaca ou esforço percebido para cada sessão de 5 minutos
  • FC ou RPE mais baixa = sua cadência ótima naquela velocidade
  • Geralmente, a cadência ótima está dentro de ±5% da cadência preferida

Reduzir Passada Excessiva:

  • Indicação: "Aterrar com o pé sob a anca"
  • Aumentar a cadência em 5-10% para encurtar naturalmente a passada
  • Focar na rotação rápida do pé em vez de alcançar para a frente
  • Análise em vídeo pode identificar impacto excessivo do calcanhar à frente do corpo

Minimizar Oscilação Vertical:

  • Caminhe junto a uma referência horizontal (vedação, marcas na parede) para verificar ressalto
  • Indicação: "Deslizar para a frente, não saltar para cima"
  • Fortalecer extensores da anca para manter extensão da anca durante o apoio
  • Melhorar mobilidade do tornozelo para transição calcanhar-ponta mais suave

2. Construir Base Aeróbica

Treino Zona 2 (100-110 ppm):

  • 60-80% do volume semanal de caminhada em ritmo fácil e conversacional
  • Melhora a densidade mitocondrial e capacidade de oxidação de gordura
  • Aumenta a eficiência cardiovascular (FC mais baixa ao mesmo ritmo)
  • 12-16 semanas de treino consistente em Zona 2 melhora a economia em 10-15%

Caminhadas Longas (90-120 minutos):

  • Constroem resistência muscular específica para a caminhada
  • Melhoram metabolismo de gordura e poupança de glicogénio
  • Treinam sistema neuromuscular para movimento repetitivo sustentado
  • Uma caminhada longa semanal em ritmo fácil

3. Treino Intervalado para Economia

Intervalos de Caminhada Rápida:

  • 5-8 × 3-5 minutos a 115-125 ppm com 2-3 min de recuperação
  • Melhora o limiar de lactato e capacidade de sustentar velocidades mais altas
  • Aumenta a potência e coordenação muscular em cadências mais rápidas
  • 1-2× por semana com recuperação adequada

Repetições em Subida:

  • 6-10 × 1-2 minutos em subida (gradiente 5-8%) em esforço vigoroso
  • Constrói força dos extensores da anca e flexores plantares
  • Melhora a economia através de potência de propulsão aumentada
  • Caminhar ou trotar para baixo para recuperação

4. Treino de Força e Mobilidade

Exercícios-Chave para Economia da Caminhada:

  1. Força de Extensão da Anca (Glúteos):
    • Peso-morto romeno a uma perna
    • Elevações da anca
    • Step-ups
    • 2-3× por semana, 3 séries de 8-12 repetições
  2. Força dos Flexores Plantares (Gémeos):
    • Elevações de gémeos a uma perna
    • Descidas excêntricas de gémeos
    • 3 séries de 15-20 repetições por perna
  3. Estabilidade do Core:
    • Pranchas (frontal e lateral)
    • Dead bugs
    • Prensa Pallof
    • 3 séries de 30-60 segundos
  4. Mobilidade da Anca:
    • Alongamentos dos flexores da anca (melhoram comprimento da passada)
    • Exercícios de rotação da anca (reduzem oscilação)
    • Diariamente 10-15 minutos

5. Exercícios de Técnica

Exercícios de Balanço dos Braços:

  • 5 minutos caminhando com balanço exagerado dos braços (cotovelos 90°, mãos à altura do peito)
  • Praticar manter braços paralelos ao corpo, não cruzando a linha média
  • Focar em impulsionar cotovelos para trás em vez de balançar mãos para a frente

Prática de Cadência Alta:

  • 3 × 5 minutos a 130-140 ppm (usar metrónomo)
  • Ensina o sistema neuromuscular a lidar com rotação rápida
  • Melhora coordenação e reduz tendência para passada excessiva

Intervalos de Foco na Forma:

  • 10 × 1 minuto focando num elemento único: postura, impacto do pé, cadência, balanço de braços, etc.
  • Isola componentes técnicos para prática deliberada
  • Constrói consciência cinestésica

6. Gestão de Peso

Para quem transporta peso excedente:

  • Cada 5 kg de perda de peso reduz o custo energético em ~3-5%
  • A perda de peso melhora a economia mesmo sem ganhos de aptidão física
  • Combinar treino de caminhada com défice calórico e ingestão de proteína
  • Perda de peso gradual (0,5-1 kg/semana) preserva massa magra

Acompanhar Melhorias de Eficiência

Protocolo de Teste de Eficiência Padrão

Avaliação Mensal:

  1. Padronizar condições: Mesma hora do dia, mesmo percurso, clima semelhante, em jejum ou mesma programação de refeições
  2. Aquecimento: 10 minutos de caminhada fácil
  3. Teste: 20-30 minutos em ritmo padrão (p.ex., 5,0 km/h ou 120 ppm)
  4. Registar: Frequência cardíaca média, esforço percebido (RPE 1-10), Pontuação WALK
  5. Calcular WEI: (Velocidade / FC) × 1000
  6. Acompanhar tendências: Eficiência melhorada mostra-se como FC mais baixa, RPE mais baixo, ou velocidade mais alta ao mesmo esforço

Adaptações de Eficiência a Longo Prazo

Melhorias esperadas com treino consistente (12-24 semanas):

  • Frequência cardíaca em ritmo padrão: -5 a -15 bpm
  • Economia da caminhada: +8-15% de melhoria (VO₂ mais baixo à mesma velocidade)
  • Pontuação WEI: +15-25% aumento
  • Pontuação WALK: -10 a -20 pontos (mais rápido e/ou menos passos)
  • Velocidade sustentável de caminhada: +0,1-0,3 m/s ao mesmo esforço percebido

Acompanhamento Assistido por Tecnologia

Walk Analytics acompanha automaticamente:

  • Pontuação WALK para cada segmento de 100m
  • Índice de Eficiência da Caminhada (WEI) para cada treino
  • Análise de tendências de economia ao longo de semanas e meses
  • Sugestões de otimização de cadência
  • Referências de eficiência relativas ao seu histórico e normas populacionais

Resumo: Princípios-Chave da Eficiência

Os Cinco Pilares da Eficiência da Caminhada:
  1. Velocidade Ótima: Caminhar a ~1,3 m/s (4,7 km/h) para Custo de Transporte mínimo
  2. Cadência Natural: Confie na sua cadência auto-selecionada; desvios forçados aumentam o custo em 3-12%
  3. Pêndulo Invertido: Maximizar recuperação de energia (65-70%) através de biomecânica adequada
  4. Movimento Desperdiçado Mínimo: Reduzir oscilação vertical, evitar passada excessiva, manter balanço natural dos braços
  5. Construir Capacidade: Melhorar economia a longo prazo através de treino aeróbico, trabalho de força e refinamento de técnica

Lembre-se:

  • A eficiência é mais importante ao caminhar longas distâncias ou em intensidades elevadas sustentadas
  • Para saúde e perda de peso, eficiência mais baixa pode significar mais calorias queimadas (uma funcionalidade, não um erro!)
  • Foque-se em mecânica sustentável e natural em vez de forçar técnica "perfeita"
  • Consistência no treino supera a otimização de qualquer fator único de eficiência

Referências Científicas

Este guia sintetiza investigação de biomecânica, fisiologia do exercício e locomoção comparada:

  • Ralston HJ. (1958). "Energy-speed relation and optimal speed during level walking." Internationale Zeitschrift für angewandte Physiologie 17:277-283. [Curva de economia em forma de U]
  • Zarrugh MY, et al. (1974). "Optimization of energy expenditure during level walking." European Journal of Applied Physiology 33:293-306. [Velocidade preferida = economia ótima]
  • Cavagna GA, Kaneko M. (1977). "Mechanical work and efficiency in level walking and running." Journal of Physiology 268:467-481. [Modelo de pêndulo invertido, recuperação de energia]
  • Alexander RM. (1989). "Optimization and gaits in the locomotion of vertebrates." Physiological Reviews 69:1199-1227. [Número de Froude, transição caminhada-corrida]
  • Margaria R, et al. (1963). "Energy cost of running." Journal of Applied Physiology 18:367-370. [Cruzamento de economia caminhada vs corrida]
  • Holt KG, et al. (1991). "Energetic cost and stability during human walking at the preferred stride frequency." Journal of Motor Behavior 23:474-485. [Cadência auto-selecionada otimiza economia]
  • Collins SH, et al. (2009). "The advantage of a rolling foot in human walking." Journal of Experimental Biology 212:2555-2559. [Economia do balanço dos braços]
  • Hreljac A. (1993). "Preferred and energetically optimal gait transition speeds in human locomotion." Medicine & Science in Sports & Exercise 25:1158-1162. [Determinantes da transição caminhada-corrida]
  • Pandolf KB, et al. (1977). "Predicting energy expenditure with loads while standing or walking very slowly." Journal of Applied Physiology 43:577-581. [Efeitos do transporte de carga]
  • Minetti AE, et al. (2002). "Energy cost of walking and running at extreme uphill and downhill slopes." Journal of Applied Physiology 93:1039-1046. [Efeitos do gradiente no CoT]

Para mais investigação:

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